A primeira colheita da primeira safra de trigo plantado numa fazenda na Chapada do Apodi, deve acontecer em 15 dias. A informação dada em primeira mão pelo jornalista Egídio Serpa em sua coluna Negócios do Diário do Nordeste, foi confirmada pela direção da Agrícola Famosa.
A reportagem do Jornal DEFATO, através de contato, confirmou as informações, com mais detalhes sobre a primeira produção de trigo na Chapada do Apodi, na divisa do RN com o Ceará.
O projeto tem uma área de apenas cinco hectares plantados, mas poderão ser 500 na próxima safra.
Segundo Richard Muller, diretor de produção da Agrícola Famosa, é um otimista moderado, a expectativa em torno de uma boa produção, pode fazer com que a empresa amplie a área para a próxima safra. Já o empresário Alexandre Sales, da indústria Santa Lúcia Alimentos, um dos entusiastas desse projeto, não esconde o entusiasmo diante do que podem proporcionar o clima, o solo e a tecnologia da Embrapa, cujos especialistas prestam assistência técnica e fornecem as sementes (próprias para a geografia da Chapada do Apodi).


Segundo ele, existe uma grande expectativa quanto à produtividade: se ela for, como se espera, superior à da que se registra no Paraná, o Apodi, que começou a produzir algodão irrigado e de sequeiro, além de sorgo, milheto, palma forrageira e capim para a alimentação do rebanho bovino leiteiro – tudo ensilado para consumo e comercialização na época do estio, como a deste segundo semestre – a área cultivada de trigo será multiplicada por até 100 vezes. Esta é a primeira fase de um projeto que juntou a Agrícola Famosa, maior exportadora de melão do País, e o industrial cearense Alexandre Sales, que retomou sua atividade de fabricante de massas e biscoitos com um olho na possível verticalização de sua produção. No começo, os empreendedores sofreram para controlar a presença de ervas daninhas na área do projeto, mas em pouco tempo descobriram a melhor maneira de livrar-se delas. A ideia da Agrícola Famosa é aproveitar a época das chuvas (quando não planta melão, que detesta muita água, mas adora o sol), para cultivar trigo, em uma área da fazenda, e algodão, em outra. São experiências-piloto que pretendem aproveitar, em escala, o mesmo solo para diferentes culturas.
Sérgio Baima, coordenador para Atração de Investimentos para o Agronegócio e especialista em Mercado, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), já foram feitos dois experimentos pequenos na região da Ibiapaba e Apodi em 2019 e, este ano, está ampliando a área plantada nesta última. Com assessoria técnica da Embrapa Trigo (Passo Fundo – RS), apoio da Embrapa Agroindústria Tropical e coordenação geral da Sedet, Sales está usando uma variedade que vem sendo utilizada nas plantações do Centro-Oeste, já adaptada a climas quentes na região da Chapada do Apodi.
“Aparentemente, o trigo plantado aqui vai obter maior produtividade que o do Centro-Oeste e com maior qualidade. As pequenas experiências feitas mostram que ele cresce mais rápido (menor tempo entre cultivo e colheita) e atinge um tamanho maior, o que reduz seu valor de produção”, disse Baima.

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